19 de maio Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal - os desafios nutricionais dos pacientes

O Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII), celebrado anualmente em 19 de maio desde 2010, reforçando a importância da conscientização sobre essas doenças crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2025, a campanha internacional destaca um tema particularmente sensível para pacientes e profissionais de saúde: a relação entre DII, dieta e nutrição. 

Por afetarem diretamente o trato gastrointestinal, as DII impactam a digestão, absorção de nutrientes e o trânsito intestinal. Portanto, a nutrição adequada é parte essencial do plano terapêutico. Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas convivem com DII no mundo. No Brasil, dados apontam que 13 a cada 100 mil brasileiros são afetados e cerca de 41% dos pacientes levam em média um ano até receber o diagnóstico.   

As principais DII são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, ambas de origem multifatorial — com influências genéticas, imunológicas e ambientais — e caracterizadas por episódios recorrentes de inflamação no trato digestivo. 

A Doença de Crohn, pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal, da boca ao ânus, comprometendo todas as camadas da parede intestinal. Os sintomas mais frequentes incluem dor abdominal, febre, perda de peso, diarreia (muitas vezes com sangue ou pus) e urgência evacuatória. Em alguns casos, há manifestações extraintestinais como artrites, lesões cutâneas e oculares.  Já a retocolite ulcerativa afeta principalmente o cólon e o reto, com inflamações restritas à mucosa intestinal. Os sintomas predominantes são sangramentos retais, diarreia, dor abdominal e, em alguns casos, manifestações sistêmicas. Ambas são condições crônicas e ainda sem cura definitiva. O tratamento visa reduzir a inflamação e manter o paciente em remissão, por meio do uso de imunossupressores, agentes biológicos e intervenções nutricionais individualizadas. 

Por afetarem diretamente o trato gastrointestinal, as DII impactam a digestão, absorção de nutrientes e o trânsito intestinal. Portanto, a nutrição adequada é parte essencial do plano terapêutico.  Embora não exista uma dieta única válida para todos os pacientes, é consenso entre especialistas que o acompanhamento nutricional personalizado contribui para: 

• Redução de deficiências nutricionais; 
• Promoção da cicatrização da mucosa intestinal; 
• Melhora do bem-estar e alívio dos sintomas; 
• Prevenção de complicações a longo prazo. 

Recomendações gerais incluem fracionamento das refeições, mastigação adequada, escolha de alimentos de boa procedência, higienização rigorosa de frutas e hortaliças, e monitoramento do consumo de fibras, conforme a fase da doença. 

Neste Dia Mundial da DII, a mensagem aos profissionais de saúde é clara: o olhar atento para os aspectos nutricionais é fundamental para o sucesso terapêutico e qualidade de vida do paciente. A abordagem multidisciplinar, envolvendo gastroenterologistas, nutricionistas e outros especialistas, é essencial para o manejo eficaz dessas doenças crônicas que, embora não fatais, trazem grandes impactos físicos, emocionais e sociais. 

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