
Novos dados sobre a heterogeneidade de biomarcadores no câncer de endométrio pMMR
O estudo DUO-E (NCT04269200) foi apresentado no 2025 SGO Annual Meeting on Women’s Cancer e demonstrou que a adição de durvalumabe ao esquema de carboplatina e paclitaxel, seguida de manutenção com ou sem olaparibe, resultou em um benefício estatisticamente significativo e clinicamente relevante na sobrevida livre de progressão (PFS) em pacientes com câncer de endométrio. A análise inicial indicou que os maiores ganhos foram observados na subpopulação com deficiência do sistema de reparo de incompatibilidades do DNA (mismatch repair deficient - dMMR). No entanto, a inclusão do olaparibe na terapia de manutenção mostrou impacto adicional na população com proficiência no sistema de reparo de incompatibilidades (mismatch repair proficient - pMMR). Diante disso, o estudo realizou análises exploratórias para investigar a heterogeneidade biomarcadora e histológica na subpopulação pMMR.
O estudo randomizou pacientes com câncer de endométrio estágio III/IV recém-diagnosticado ou recorrente para receber carboplatina e paclitaxel isoladamente (CP) ou em combinação com durvalumabe (CP+D), seguido de manutenção com durvalumabe com ou sem olaparibe (CP+D+O). As análises exploratórias focaram na prevalência e na sobreposição de biomarcadores, incluindo expressão de PD-L1, status de mutações nos genes BRCA1/BRCA2 (BRCA), TP53 e POLE, além da presença de alterações na recombinação homóloga (HRR). O estudo também avaliou o subtipo histológico e o grau tumoral no diagnóstico primário, seguido por uma análise post hoc da PFS na população pMMR.
Dos 575 pacientes da população pMMR, 486 apresentavam amostras avaliáveis para todos os biomarcadores e características histológicas. Foi observada uma grande heterogeneidade, com 84% dos tumores expressando pelo menos um dos biomarcadores analisados. A mutação TP53 foi identificada em 59% dos casos, sendo o subtipo histológico mais frequente o seroso (42%), seguido do endometrioide (34%), carcinosarcoma (12%), misto epitelial (5%), células claras (4%) e outros/indiferenciado (2%). Entre os tumores TP53 selvagens, a maioria era do subtipo endometrioide (79%), com menor representação dos subtipos seroso (7%), células claras (4%), misto epitelial (3%), carcinosarcoma (3%) e outros/indiferenciado (6%).
A análise de PFS demonstrou benefício clínico do esquema CP+D em comparação com CP isolado em múltiplos subgrupos. A inclusão de olaparibe na manutenção (CP+D+O) ampliou esse benefício, favorecendo pacientes com diferentes perfis biomoleculares e todos os subtipos histológicos avaliados. Esses resultados sugerem que a heterogeneidade do câncer de endométrio pMMR não impede a eficácia da combinação terapêutica com durvalumabe e olaparibe.
O estudo DUO-E destacou a diversidade biomarcadora e histológica da população pMMR e demonstrou que o regime CP+D melhorou a PFS em comparação com CP isolado. Além disso, a adição de olaparibe na manutenção resultou em um benefício adicional, reforçando a importância de estratégias personalizadas para o tratamento do câncer de endométrio. Esses achados contribuem para a compreensão da resposta terapêutica em diferentes subgrupos e podem auxiliar na otimização do manejo clínico dessa população.
Referências:
Westin, Shannon N. et al. Durvalumab Plus Carboplatin/Paclitaxel Followed By Durvalumab With/Without Olaparib In Endometrial Cancer: Exploratory Analyses Of Histology, Biomarker Heterogeneity And Efficacy In The DUO-E Mismatch Repair Proficient Subpopulation. International Journal of Gynecological Cancer. Volume 35, Issue 2, 101703.
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Escrito por Oncologia Brasil
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